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Um Portista aburguesado, um Benfiquista lúcido, um Portista mordaz, um Benfiquista verde, um Sportinguista faccioso e um Benfiquista tipico: A Irmandade da Maldição do Bem estraçalha as minudências do dia a dia.
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Aqui estão os resultados da terceira semana de Investimento:
Partiu-se com 64.04 euros.
Apostas simples de 2 euros.
Foram realizadas 18 apostas: 35.42 euros investidos (uma aposta aceite apenas parcialmente).
Obteve-se um prejuízo de -5.58 euros.
Prejuízo em relação ao investido: -15.75%.
Lucro em relação ao fundo inicial (desde o início do fundo): 62.39%.
O fundo, ao fim da terceira semana, passou de 64.04 para 58.46 euros.
Resumo da evolução do fundo (47 apostas; 93.42 euros investidos)
Capital inicial: 36 euros.
Valor semana 1: 55.94 euros
Valor semana 2: 64.04 euros
Valor semana 3: 58.46 euros
Abaixo a lista de apostas da última semana.
Sem mais, despeço-me com amizade até à próxima semana.
Maria dos Santos era descendente de família humilde e bastante pobre. Recebe formação escolar muito básica e, ainda que praticamente analfabeta, possuía grande capacidade de raciocínio matemático e forte aptidão para a estratégia bancária/comercial.
Desde cedo, começou a sua prática "bancária": guardava o dinheiro da venda de varinas ao longo do dia recebendo ao anoitecer uma pequena compensação pelo "depósito". Destacou-se pela sua honestidade e carisma, e passou a ser solicitada também pelos vendedores ambulantes.
No decorrer dos anos 1950, com a política Salazarista, em que reinava a pobreza nacional, torna-se numa pseudo-bancária quando iniciou a sua atividade clandestina. Estrategicamente, começou a atribuir juros a quem lhe confiasse as suas economias, tanto maiores quanto mais elevadas fossem. Utilizava bastante bem o esquema em pirâmide.
Assumiu posição diferente à da Banca e da técnica bancária: recebia depósitos acrescidos de 10% de juros a quem aplicasse as suas poupanças e concedia empréstimos a juros elevados. Esta medida foi crucial para a sua expansão da sua atividade e renda.
No ápice, fosse rico ou pobre, pescador a empresário, todos recorriam à "Banqueira do Povo" como passou a ser conhecida.
A metodologia resultava com o aparecimento diário de novas pessoas e operava do seguinte modo:
Funcionava assim sucessivamente, uma vez que o cliente de ontem recebia os juros provenientes do investimento do(s) cliente(s) do dia seguinte.
Uma vez que tanto o cliente 'X' como o cliente 'Y' não procediam ao levantamento da totalidade do depósito, facilmente se gerava um fundo sustentável, que seria aumentado significativamente dado que, ao invés do levantamento, os clientes voltariam a depositar.
O empréstimo que concedia era rigorosamente estudado e concedido a juros elevados atingindo valores até metade do empréstimo.
Ao longo de décadas, o esquema funcionara, pois semanalmente apareciam dezenas de cliente novos vindos de todo o país.
Isto obrigou-a à criação de novos escritórios espalhados tanto por Lisboa quanto por todo o país, visto que começavam a ser notórias as extensas filas à porta do seu escritório deAlvalade.
Para isso contou com a colaboração de familiares e amigos íntimos que eram aliciados e estimulados pela entrada de quantias exorbitantes de dinheiro vivo.
No entanto as pessoas que contratara estavam ligadas a negócios ilícitos e, por isso, estes angariadores tinham a esperteza e conhecimentos técnicos, conseguindo assim obter valores de milhares de contos.
Esta sua atividade não passou despercebida pelas autoridades judiciais e bancárias, mas estas tornaram-se facilmente subornáveis.
Em Março de 1983, o semanário "Tal & Qual" divulga a sua atividade e os seus métodos, sendo também notícia na imprensa internacional.
Por consequência, D. Branca conseguiu, em muito pouco tempo, quadruplicar o seu poderio econômico. Centenas de pessoas dirigiam-se para seus escritórios para obter o juro de 10 % mensal que fazia concorrência ao juro oficial da banca que era de 30 % ao ano.
O crescente levantamento das contas à Banca oficial e o depósito na atividade da "Banqueira do Povo" alarmaram o Banco de Portugal e o Governo, prevendo-se a muito curto prazo a bancarrota da banca. O Ministro das Finanças, Ernâni Lopes, estrategicamente, foi à televisão advertir e acautelar os portugueses.
Resultado disso foi o deslocamento de centenas de pessoas querendo reaver o seu dinheiro depositado, o que imediatamente gerou uma confusão incontrolável e um pânico estrondoso.
Os seus escritórios estavam amontoados de sacos com dinheiro e o não controlo da situação levou a que, gananciosamente, alguns colaboradores sacassem o dinheiro que conseguissem ou passassem os bens imobiliários para o seu próprio nome.
Alguns dos colaboradores da "Banqueira" estavam envolvidos no mundo do crime, tanto que com um deles, Manuel Manso (suspeito de um assalto de uma ourivesaria, tendo furtado cerca de 3 quilos de ouro), numa apreensão à sua residência, fora encontrado um cofre contendo 60 mil contos em dinheiro vivo e dezenas de cheques no valor de 90 mil contos.
Dona Branca, de modo a devolver a quantia que havia sido depositada pelos seus clientes, passou milhares de cheques sendo centenas deles devolvidos por falta de provisão, fundo.
Envolvida com colaboradores corruptos e criminosos, um deles o seu advogado, que "legalizava" as suas ações financeiras, foi finalmente detida a 8 de Outubro de 1984 e colocada preventivamente na Cadeia das Mónicas, em Lisboa.
Foi acusada pelo Ministério Público, juntamente com 68 arguidos, por associação criminosa, múltipla prática da emissão de cheques sem cobertura, burla agravada, falsificação e abuso de confiança, tendo sido iniciado o julgamento em 1988 no Tribunal da Boa-Hora, que teve a duração de 1 ano.
Resulto do julgamento: pena de prisão de 10 anos para a D. Branca por crime de burla agravada e 24 dos arguidos foram absolvidos.
Pouco tempo depois, e devido ao estado débil de saúde e à idade avançada, viu ser-lhe reduzida a pena e saiu em liberdade, vivendo até a data da morte num lar, cega e, ironicamente, na miséria. Foi enterrada ao Alto de São João acompanhada de apenas 5 pessoas.
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